segunda-feira, 23 de junho de 2008

A viagem de volta

A viagem de volta, de Estocolmo para o Brasil, acho que merece um post exclusivo. Tudo começou no domingo, quando cheguei na cidade logo após o passeio pela Eurodisney em Paris. Tinha tanta coisa para colocar ainda na mala, que passei um tempão arrumando as malas no hotel na segunda pela manhã. E as malas estavam pesadas... mas nem estava muito preocupado, afinal eu tinha ligado em algum lugar que eu podia levar duas malas de 32 quilos cada.

No táxi para o aeroporto de Arlanda, já começa a aventura: ao colocar a mala, o zíper arrebentou. Todo o trabalho que eu tive em compactar inúmeras peças de roupa na mala foram em vão. O taxista ainda tentou me ajudar, mas não conseguimos. Falei para ele para irmos daquele jeito mesmo, que lá no aeroporto eu tentava consertar.

Uns 40 minutos depois eu estava lá em Arlanda. A primeira coisa que eu fiz: arrumar a mala. Deu trabalho, mas consegui arrumar o zíper. Com isso arrumado, fui procurar pelo Global Refund, que é um lugar onde a gente mostra a nota fiscal de compra de produtos nas lojas participantes do programa, e temos direito a receber de volta o imposto pago no produto. Isso depende do produto, mas digamos que você pode receber 10 a 15% de volta no seu cartão de crédito.

E logo depois fui fazer o check-in. Chegando no atendimento, a mulher me fala que para viagens ao Brasil na classe econômica, o permitido eram duas malas de 23 quilos. Uma delas tinha 36 e a outra 16, dando 52 quilos (ou seis quilos a mais que o máximo permitido). Mas tinha um outro problema - minha mala de 36 quilos não podia ter 36 quilos. O máximo estourando que uma mala podia ter eram 32 quilos. Ou seja, além de pagar excesso de bagagem, fui obrigado a comprar outra bolsa para colocar parte do peso nela.

Mas naquele aeroporto só haviam malas acima de 150 euros... eu que não queria gastar essa fortuna toda nessas malas. Daí consegui achar uma bolsa mais-ou-menos que comprei e consegui ter as malas com 16, 28 e 8 quilos. O bom é que a taxa da Lufthansa era flat-rate e não cobrada por quilo.

Daí descobriram outro problema. A empresa que emitiu meu tiquete eletrônico só reservou o vôo para mim, mas não trocou a data da minha passagem. Resultado: eu estava lá querendo viajar mas minha passagem não era válida. Uma das atendentes da SAS passou mais de uma hora comigo tentando me ajudar com o problema da bagagem e com esse problema do tíquete. Por sorte, eu cheguei muito cedo no aeroporto e deu para fazer tudo isso com calma. Mas passei quase quatro horas no aeroporto resolvendo esses problemas todos: tíquete de viagem, excesso de bagagem... Nem almoçar eu almoçar.

Bom, daí com tudo isso é um alívio chegar no avião. O primeiro vôo foi para Munique, cerca de duas horas de vôo. Lá chegando, meu primeiro passo foi procurar pelo portão de embarque para sair da Europa. E mais um problema: a policial que me atendeu perguntou pela passagem do trecho Munique-Guarulhos que não me deram lá em Estocolmo. Ou seja, eu não tinha nada. Falei que tinham me falado que ia pegar lá e tal. Ela olhou com aquela cara... deve ter pensado: "O cara quer sair da Europa e não tem passagem. Azar. Aqui ele não volta mais.", e deixou eu passar.

Depois eu consegui a tal passagem do segundo trecho lá dentro com os atendentes da Lufthansa.

A viagem foi bem tranquila. Até dormir no avião umas sete horas eu consegui.

Chegando no Brasil, os procedimentos de praxe: pegar as malas, preencher o formulário branco dizendo que não tem nada a declarar e tal... Então lá fui eu com minhas duas malas e duas bolsas me dirigir a saída. O agente da PF pegou meu formulário branco, viu minha opção de não declarar e já mandou eu ir para a fila do Raio X.

Peguei a filinha do raio-X e na minha vez coloquei as malas calmamente, afinal eu não tinha nada a declarar. Bom, daí um dos agentes da PF implicou com uma de minhas malas. Pegou ela, e deixou numa mesa. Eu inocentemente fui pegar minha mala de volta quando ele falou: "É para abrir."

E lá ia eu abrir minha mala de 16 quilos.... nessa mala não tinha nada de mais: apenas meu Wii que comprei na Europa, o meu PSP que comprei na Europa, alguns cartões de memória que eu comprei na Europa, algumas camisetas e presentinhos de Paris, Eurodisney e tal. Bom, o agente vendo que na minha mala não tinha nada de mais, resolve implicar com a lata de biscoitos de manteiga que eu trouxe de lá. Ia ser o presente de alguém, mas ele resolve abrir a lata. Pega o canivete e não consegue abrir a lata. Daí ele me entrega a lata e o canivete para eu abrir a lata. Que óbvio, as 5:30 da manhã, com aquele cansaço todo, eu também não consegui. Daí ele tentou mais uma vez e conseguiu... Ele olhou, cheirou, comentou algo como "É, são bolachas." ao que eu respondi mais ou menos assim "É, é a primeira vez que estou vendo também.".

Enfim, fui liberado. Arrumei a mala de novo, peguei e fui procurar um táxi para voltar para Campinas. Mas como podem ver, gastei um tempão resolvendo esses pepinos da minha viagem de volta. Tudo isso que eu contei ocorreu num período de 30 horas, dos quais só devo ter dormido sete :)

Ah sim... também tinha um bebê no avião que não parava de chorar, e uma pessoa que passou mal e o comandante encarecidamente pedia por algum médico no avião que pudesse prestar os primeiros socorros :)

Um comentário:

Gabriela Consoline disse...

Podemos dizer que esta foi a viagem dos horrores..tssss